sábado, 31 de agosto de 2013

Escravo é quem tem direito à saúde e não tem médico para exercitá-lo

Estimados leitores, o texto abaixo  reflete minha visão com relação a toda está tempestade que está em torno dos médicos cubanos. Temos muitos médicos aqui no Brasil, temos também muitos postos de trabalho, porém um dos principais ponto em questão é o fato de que nossos médicos escolhem demais  e praticam medicina de menos. A qualidade do atendimento não acompanha a exigência de um bom salario.É fato que falta sim infra-estrutura para ajudar na qualidade do atendimento ao paciente mas isso não justifica a palhaçada da classe médica brasileira. E falo isso não somente por conta das inumeras vezes em que busquei atendimento para mim e para os meus e não obtive, não somente por conta dos erros grosseiros que vemos nos noticiarios frequentemente levando a óbitos tantos pacientes, não somente por ter um hospital a 15 minutos da minha casa mas não tem Médicos.
Não é somente por isso, é por tudo isso e um pouco mais...
 Destaque para a frase no fim do artigo,simples e direta. 

Pri
 ____________________________________________________________________________





Por: Marcelo Semer
A repulsa dos médicos brasileiros a vinda de cubanos para atuar em cidades do interior é uma espécie de reserva de não-mercado.

É mais ou menos como a TV quando compra a exclusividade de um jogo e não transmite. Nem permite que outros canais transmitam.

Os médicos brasileiros não querem trabalhar nas localidades mais distantes ou com menos estrutura. Mas querem impedir que outros o façam em seu lugar.

O grave do problema é que isso não se trata de um amistoso da seleção ou um jogo da Libertadores. É a saúde das populações mais pobres que está em permanente risco. E a dignidade da pessoa humana, fundamento da República, não se submete a esse tipo de abuso de poder.

O direito à vida ou a saúde não pode ser sufocado pela onda de preconceitos, nem ficar refém de corporativismos. O estado democrático de direito é antropocêntrico e não admite recompensa pelo egoísmo.

Para criticar a vinda de cubanos, de tudo um pouco já se ouviu.

Que os profissionais são de baixa qualidade, que parecem domésticas, que o espanhol caribenho é difícil de entender. Os médicos cubanos ora são hostilizados por serem agentes disfarçados da guerrilha comunista ora por serem escravizados pela ditadura.

Os argumentos não se sustentam em pé, porque na verdade só existem na aparência.
Escondem a volúpia pela exclusividade, a proteção ao direito de não atender. Do lado da imprensa, uma indisfarçável torcida pelo fracasso, com receio, que melhor caberia aos partidos políticos, de um possível uso eleitoral de bons resultados.

Escassez de Hipócrates nesse excesso de hipocrisia.
Se os brasileiros estivessem dispostos a trabalhar nas localidades em que faltam médicos, coincidentemente as de menor IDH do país, nenhum estrangeiro teria sido convocado a atuar nessa medicina sem fronteiras.

Mas os representantes dos médicos brasileiros optaram por serem eles mesmos as fronteiras.
Parte considerável dos cubanos tem perfil internacionalista e já exerceu a profissão em países estrangeiros e em situações de pouca ou nenhuma estrutura, como na África. É provável até que tenham mais experiência em tratar o pobre do que a maioria de seus críticos locais.

Na imprensa, os que mais se rebelam contra o sistema adotado na parceria são justamente aqueles que vêm sustentando, há tempos, os benefícios da terceirização.
Com a agravante de que neste caso, não existe o empregador inescrupuloso que opta por ela para fugir a altos salários ou obrigações trabalhistas. Afinal, a ganância capitalista sempre comoveu pouco na mídia.

É o caso de refletir seriamente se nós estamos em condições de regular a forma como Cuba remunera os médicos que fizerem parte do acordo, dado que as premissas econômicas dos dois países são bem distintas. Quem sabe não chegamos a conclusão que devemos pagar mais a eles, ao invés de repeli-los.

De qualquer forma, a acusação de trabalho escravo é simplesmente grotesca. Não há serviço forçado e tampouco maus tratos; condições degradantes ou servidão por dívidas.
Escravo não é o médico que sai voluntariamente de suas fronteiras para trabalhar com pobres por ideais. Escravo é o povo a quem se promete o direito a saúde e se sonega médicos para concretizá-lo.
Nada mais revelador do que doutores cearenses se reunindo para xingar os cubanos recém-chegados de escravos.

A desfaçatez demonstra que na crítica às condições de trabalho não reside nenhuma solidariedade, apenas o pretexto de combater aquilo que incomoda a si mesmo.
Curioso é que a imprensa, sempre tão mordaz contra várias formas de corporativismo, tem sido condescendente demais com as manifestações dos conselhos de medicina.

A mais gritante delas beirou o absurdo e o ilícito: a ameaça nada velada de que médicos brasileiros não prestariam auxílio se um cubano tivesse problemas com um paciente.
O ressentimento fala por si só.

Quando médicos optam por combater médicos e não doenças, algo de muito grave se revela na saúde.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Avião Negreiro

Por: Eliane Cantanhêde 

BRASÍLIA - Ninguém pode ser contra um programa que leva médicos, mesmo estrangeiros, até populações que não têm médicos. Mas o meio jurídico está em polvorosa com a vinda de 4.000 cubanos em condições esquisitas e sujeitas a uma enxurrada de processos na Justiça. 
A terceirização no serviço público está na berlinda, e a vinda dos médicos cubanos é vista como terceirização estatal --e com triangulação. O governo brasileiro paga à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que repassa o dinheiro ao governo de Cuba, que distribui entre os médicos como bem lhe dá na veneta. 
Os R$ 10 mil de brasileiros, portugueses e argentinos não valem para os que vierem da ilha de Fidel e Raúl Castro. Seguida a média dos médicos cubanos em outros países, eles só embolsarão de 25% a 40% a que teriam direito, ou de R$ 2.500 a R$ 4.000. O resto vai para os cofres de Havana. 
Pode um médico ganhar R$ 10 mil, e um outro, só R$ 2.500, pelo mesmo trabalho, as mesmas horas e o mesmo contratante? Há controvérsias legais. E há gritante injustiça moral, com o agravante de que os demais podem trazer as famílias, mas os cubanos, não. Para mantê-los sob as rédeas do regime? 


E se dez, cem ou mil médicos cubanos pedirem asilo? O Brasil vai devolvê-los rapidinho para Havana num avião venezuelano, como fez com os dois boxeadores? Olha o escândalo! 
O Planalto e o Ministério da Saúde alegam que os cubanos só vão prestar serviço e que Cuba mantém esse programa com dezenas de países, mas e daí? É na base de "todo mundo faz"? Trocar gente por petróleo combina com a Venezuela, não com o Brasil. Seria classificado como exploração de mão de obra. 
Tente você contratar alguém em troca de moradia, alimentação e, em alguns casos, transporte, mas sem pagar salário direto e nem ao menos saber quanto a pessoa vai receber no fim do mês. No mínimo, desabaria uma denúncia de trabalho escravo nas suas costas. 

fonte: blog Qual Caminho Seguir?

domingo, 4 de agosto de 2013

Câncer em lata: como batatas chips do tipo Pringles são feitas

O que chamamos de "batatas chips enlatadas" na verdade não vêm de batatas reais.


A Pringles (em um esforço para evitar os impostos cobrados contra "alimentos de luxo", como batatas fritas no Reino Unido), uma vez, chegou a argumentar que o conteúdo de batata em seus chips era tão baixo que tecnicamente não tinham batatas fritas.

Então, se elas não são feitas de batatas, o que são exatamente?

O processo inicia-se com uma pasta de arroz, trigo, milho, e flocos de batata, que são prensados na forma.

Esta substância semelhante a uma massa é, então, enrolada em uma folha ultra-fina cortada em formato de chips por uma máquina.

Um dos ingredientes mais perigosos em batatas fritas não é intencionalmente adicionado, mas é um subproduto do processamento.

A acrilamida, um causador de câncer e uma substância química potencialmente neurotóxica, é criada quando os alimentos ricos em carboidratos são cozinhados em altas temperaturas, sejam cozidos, fritos, assados ou tostados. Alguns dos piores produtos incluem batatas fritas, mas muitos alimentos cozidos ou processados em temperaturas acima de 100°C podem conter acrilamida. Como regra geral, o produto químico é formado quando o alimento é aquecido o suficiente para produzir uma superfície relativamente seca e castanha / amarela.

O limite federal de acrilamida na água potável é de 0,5 partes por bilhão, ou cerca de 0,12 microgramas em um copo de 230 ml de água. No entanto, uma porção de 170 ml de batatas fritas pode conter 60 microgramas de acrilamida, ou cerca de quinhentas vezes acima do limite permitido.

Da mesma forma, batatas fritas possuem notoriamente índices elevados deste produto químico perigoso. Tão elevado, de fato, que, em 2005, o estado da Califórnia processou os fabricantes de chips de batata por não alertarem os consumidores da Califórnia sobre os riscos para a saúde de acrilamida em seus produtos. Um acordo foi alcançado em 2008, quando a Frito-Lay e vários outros fabricantes de chips de batata concordaram em reduzir os níveis de acrilamida em suas fichas para 275 partes por bilhão (ppb) em 2011, que é baixo o suficiente para evitar a necessidade de um rótulo de advertência de câncer.

Cuidado: Batatas chips assadas podem ser piores do que fritas!

Lembre-se de que a acrilamida é formada não só quando os alimentos são fritos ou grelhados, mas também quando eles são assados. E de acordo com os dados da Food and Drug Administration (FDA) sobre os níveis de acrilamida nos alimentos, os chips assados podem conter mais de três vezes do que o nível de acrilamida em batatas fritas normais!

A acrilamida não é o único composto genotóxico perigoso formado quando o alimento é aquecido a altas temperaturas.

Um longo projeto da União Européia de três anos, conhecido como Tóxicos Alimentares Gerados Por Calor (HEATOX), cujos resultados foram publicados no final de 2007, encontrou mais de 800 compostos induzidos pelo calor, dos quais 52 são potenciais cancerígenos. Além de sua constatação de que a acrilamida realmente representa uma ameaça à saúde pública, os cientistas da HEATOX também descobriram que você está muito menos propenso a ingerir níveis perigosos da toxina quando você come alimentos caseiros, comparados aos industriais ou a restaurantes de alimentos preparados.

Além disso, os resultados também sugerem que, embora existam formas de diminuir a exposição à acrilamida, ela não pode ser completamente eliminada.

Como evitar toxinas induzidas pelo calor na sua dieta?

Idealmente, você deve consumir alimentos que são crus ou minimamente processados para evitar esses tipos de subprodutos tóxicos. Quanto mais crua a comida, melhor. Pelo menos um terço de seus alimentos devem ser consumidos crus.

Além de criar subprodutos potencialmente tóxicos, cozinhar e processar também esgota os micronutrientes valiosos da comida, o que é outra razão para comer tanta comida crua for possível.

Ao optar por alimentos que irão beneficiar a sua saúde, como vegetais crus, de preferência orgânicos e / ou produzidos localmente, carnes orgânicas alimentadas com capim, óleos saudáveis, laticínios crus, nozes e sementes, você pode alterar a sua saúde para melhor. Estes são os alimentos que são verdadeiramente naturais, e muito fáceis de preparar.

Fonte: Real Farmacy