sexta-feira, 6 de abril de 2012

No País da Maravilhas Cresce a Bolha dos Indignados(Parte 2)

Querido leitor,o post anterior falou sobre como anda a situações dos espanhoís e sua saga em busca de emprego. Agora vamos falar como anda as coisas por aqui no nosso país.Nos últimos dias tenho escutado muito o termo País das Maravilhas quando se referem ao Brasil nos meios de comunicações. Meditando sobre está frase me recordei de ter ouvido no rádio o locutor fazer referencia a edição de uma determinada revista na qual trazia o assunto: Chineses disputam vagas de emprego em SP e no Rio de Janeiro.

Novidade isto não é pois, não é de hoje que estrangeiros estão a circular por aqui atrás de oportunidades de emprego que não encontram em seu país de origem. Visto que quando aqui chegam recebem tratamento de primeira e lhe são oferecidas as melhores vagas . Interessante é o fato de que para os nacidos aqui neste País da Maravilhas não há empregos. Segundo recente pesquisa realizada pelo IBGE o  desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e  Estatística (IBGE) aumentou de 5,5% em janeiro para 5,7% em fevereiro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego.

Em fevereiro, a população desocupada somou 1,4 milhão de pessoas.

Por regiãoEm fevereiro, sobre janeiro, São Paulo registrou taxa de desocupação de 6,1%, após ter exibido 5,5% na apuração anterior. Na comparação anual, o índice recuou em Recife, Salvador e Belo Horizonte. No Rio de Janeiro, subiu e, em Porto Alegre, ficou estável.
A quantidade de desocupados somou 1,4 milhão de pessoas nas seis regiões pesquisadas, ficando estável sobre o mês anterior. O contingente de desocupados cresceu 12,5% em São Paulo e ficou estável nas outras regiões. Na comparação com fevereiro de 2011, o contingente de desocupados caiu 8,6%. Os maiores destaques partiram de Recife, Salvador e Belo Horizonte (24,4%). 

Nota: A entrevista abaixo foi realizada no final do ano passado durante uma cerimonia de graduação na qual os recém-formados revelam suas frustrações e indignação em saber que o mercado de emprego não é capaz de absorver-los.

Mercado de emprego é sombrio e penoso para recém-graduados

Revelaram os próprios ao Canalmoz durante a cerimónia de graduação

  Na sexta-feira foram graduados 988 estudantes de diversos cursos e níveis académicos, pela Universidade Eduardo Mondlane. Esta graduação acontece numa altura em que os recém-formados reclamam contra a falta de oportunidade de emprego no mercado. A maioria dos graduados abordados pela nossa Reportagem não escondeu a sua indignação por o mercado de emprego não estar capaz de os absorver  

Maputo (Canalmoz) – Estão formados, têm um diploma mas não têm perspectiva de emprego. Muitos que os antecederam continuam sem emprego. O seu futuro é sombrio. A alegria de receber o diploma é de pouca dura. A história repete-se. Os graduados pela Universidade Eduardo Mondlane na última sexta-feira, na sua esmagadora maioria, admitem que estão “mal”. Sem emprego. O mercado de trabalho não consegue absorvê-los. A procura de emprego tem sido, para milhares de graduados em circunstâncias idênticas anteriores, a luta dia-a-dia. 

Planeia-se muito, alimentam-lhes cada dia muitas esperanças mas para muitos graduados a procura de emprego, depois da festa da graduação passa a ser um martírio constante que apenas uma ínfima parte acaba por conseguir superar.

Buscam emprego sem sucesso. Recorrem a tudo: anúncios públicos, pedem para estagiar, andam de porta em porta nas instituições públicas e empresas de todo o tipo. A resposta é quase sempre a mesma: “Ainda não temos vagas. Aguarde a nossa chamada”.

A nossa Reportagem, na sexta-feira última, durante a cerimónia de graduação, no pavilhão desportivo do Campus universitário da UEM ouviu os recém-graduados e de uma forma geral mostraram-se preocupados pelo facto de correrem o risco de desaprender o que tinham assimilado durante a formação, devido aos longos períodos de espera por emprego. Esta preocupação não é apenas desta leva de graduados. Os que os precederam andam desesperados e os que ainda estão em formação, também. De que vale estudar para depois o mercado de trabalho não estar capaz de os empregar? Começa a resumir-se nisso o drama de quem estuda para melhorar as suas vidas e depois sujeita-se a ver tudo perder-se.

Para Ana Jiana, formada em Sistemas de Informação Geográfica, “o mercado de emprego está cada vez mais fechado devido à concorrência existente”. “O mais preocupante”, segundo ela, “é também o facto de haver casos de nepotismo no mercado de emprego”. Acusa. Diz que “algumas vagas anunciadas já vêm direccionadas para alguns”. “E em consequência disso acaba não havendo oportunidade para nós que concorremos legalmente”.

“O nepotismo acaba influenciando. A má qualidade de serviços é a consequência. Muitas das vezes os favorecidos são pessoas com fraca habilidade profissional que ocupam cargos ou vagas apenas por favoritismo.” desabafou Ana Jiana. O dia era de alegria, mas as perspectivas frustrantes. É por este drama que passam todos os recém-graduados.

David Samson, formado em Ciências Biológicas, reclama. Diz que muitos anúncios públicos de vagas, exigem muitos anos de experiência. Considera este tipo de critério um exagero para exclusão. Acusa a maioria das empresas e instituições negarem até mesmo que o estudante entre para estagiar. “Não é possível o estudante ter anos de experiência se nem mesmo lugar para praticar ele tem. A experiência só vem com a prática. O pior é que temos tido dificuldades até mesmo para ter estágio nas empresas”, diz Samson.

Amélia Nhantumbo, outra graduada, reclama o facto do Governo nada ou pouco fazer para ajudar os jovens a criar auto-emprego. Segundo ela, os requisitos de acesso aos créditos bancários são muito exagerados para aquilo que são as reais condições e necessidades dos jovens estudantes que ainda procuram auto-sustento.


Apostar nos distritos

A proliferação de universidades  está a encher o mercado de graduados. O mercado de emprego no entanto não cresce. Tudo se está a tornar cada vez mais competitivo e renhido. Para escapar ao desemprego vêem-se agora os distritos como a única alternativa para novas oportunidades. Esta ideia é partilhada por muitos graduados. 

Em entrevistas com o Canalmoz na sexta-feira os recém-graduados mostraram-se preocupados com a falta de emprego nas cidades e admitem que nos distritos podem estar as alternativas. No entanto, revelaram à nossa Reportagem, que apesar da sua vontade de querer trabalhar num distrito, “muitos distritos ainda enfrentam problemas de falta de recursos, investimentos, energia, água potável, habitação, entre outros problemas que desincentivam os estudantes”.

O problema dos graduados pelas universidades que depois ficam sem emprego, está a crescer. O governo nada faz de concreto para que as condições melhorem. As empresas queixam-se da formação que as instituições de ensino proporcionam aos estudantes; queixam-se das capacidades do formados; queixam-se de que o ensino não tem qualidade; dizem que o ensino virou negócio que proporciona diplomas sem que estas correspondam verdadeiramente a conhecimento. Por seu turno as exigências iniciais dos recém-formados são muito elevadas para quem ainda está a querer começar a vida profissional. Entre queixas dos empregadores e queixas do diplomados cresce a bolha de indignados. (António Frades)


Agora termino este post com a seguinte pergunta:O Brasil é o Pais das Maravilhas pra quem?

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Postado por:ByPrila                     Fonte: NetMundo

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