quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Você quer o melhor para seu filho? Vídeo mostra o triste futuro das crianças viciadas em fast-food

Um homem obeso é socorrido na UTI de um hospital após um ataque cardíaco. Quem é o culpado por deixá-lo à beira da morte aos 32 anos e 140 kg? O vídeo abaixo tem a resposta, e você vai se surpreender!


Criado pela entidade norte-americana Children’s Healthcare of Atlanta, o filme Rebobine seu Futuro mostra que todos os hábitos não saudáveis que os pais ensinam para seus filhos — incluindo a “inocente” batatinha-frita oferecida para acalmar o bebê — serão levados para a vida toda, resultando em um final trágico, assim como o do personagem.

 Durante a retrospectiva da vida do paciente, as imagens mostram o consumo exagerado de hambúrgueres, pizzas e refrigerantes que, aliados ao sedentarismo, são os grandes responsáveis por diversos problemas de saúde e podem levar à morte prematura.

 A campanha Strong4Life, ou "Forte para a Vida", propõe uma reflexão sobre o assunto e incentiva que os pais substituam a famosa combinação de fast-food e longas horas em frente à televisão por uma alimentação saudável e prática de atividades físicas.
Afinal, que futuro você quer para o seu filho?

domingo, 31 de agosto de 2014

Recalls de alimentos: comer tornou-se um perigo?

Inicio este post com uma pergunta por que gostaria de saber de vocês meus estimados leitores  o que pensam sobre este assunto:  Recalls de alimentos: comer tornou-se um perigo?

Em meio a tantos recalls alimentares toda vez que pensamos em comer algo dá até um frio na barriga, sim por que não sabemos o que podemos encontrar no alimento seja ele processado, enlatado,  ou seja lá da forma que for. O que importa é que temos sim que nos preocupar com o que levamos a nossa mesa visto que não podemos contar com o serviço de vigilância sanitária nesta luta diária pra proteger  a saúde de nossos familiares.

O texto abaixo é bem esclarecedor quanto ao assunto e serve como alerta para todos!

 Escrito por 
Rastreabilidade, regulação e recolhimentos voluntários de alimentos pelas empresas. Aumento de recalls significa falta de qualidade ou conscientização?

Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada na última semana no Diário Oficial da União proíbe a distribuição e a comercialização, em todo o território nacional, do Lote 32966047S1, com validade até 23/10/2014, da Água Mineral Natural da marca São Lourenço, produzido pela Empresa Nestlé Waters Brasil.

Na semana anterior, a PepsiCo, detentora da marca Toddynho, recolheu o lote GRU L15 23:04 até 23:46, com validade de 29/11/2014. Em nota, a empresa reconhece que os produtos podem "eventualmente" causar desconforto estomacal, mas diz que os demais lotes estão em perfeitas condições para o consumo.

Apesar de os recalls estarem cada vez mais frequentes, especialmente na indústria alimentícia, o Brasil realiza uma quantidade ínfima de recalls, quando comparado por exemplo com os EUA, Canada e Comunidade Européia, segundo o blog Food Safety Brazil.

André de Souza Dutra, doutor em ciência e tecnologia alimentar e coordenador do MBA em Gestão da Qualidade e Segurança dos Alimentos da Universidade Veiga de Almeida, em especial de 2013 do jornal O Globo, chamado Segurança à Mesa, não há um número maior de recalls porque não há um sistema de vigilância sanitária que consiga verificar tudo. Há, inclusive, municípios onde o sistema não existe.

A diferença dos números, segundo ele, se justifica pela estrutura de controle e vigilância de alimentos, que é muito melhor nos EUA. " Lá, eles têm laboratórios de altíssima qualidade, que dão suporte não só ao país, mas também ao exterior. Os laboratórios são muito bem equipados e contam com recursos humanos altamente qualificados. No Brasil, cada estado tem um laboratório de referência para dar suporte às vigilâncias do estado e de seus municípios.

Na China, o recente recall da Heinz levantou uma questão que ainda não é discutida no Brasil, o rastreamento de ingredientes, como acompanhar o trajeto de ingredientes de fontes diversas em um país onde tecnologias de rastreamento de fornecimento de alimentos estão longe de ser comuns. Sistemas de rastreamento por códigos de barras, comuns nos Estados Unidos e na Europa, são em grande parte ausentes.

João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação, em artigo no Canaltech, acredita que é preciso investir na rastreabilidade dos alimentos. Em um trecho do artigo ele explica que "a padronização de dados dos bens alimentares na cadeia de suprimentos se torna cada vez mais necessária e gera maior confiança por parte do consumidor. Com um sistema de identificação em todas as fases de produção dos alimentícios, é possível a localização ágil e segura de cada item. O Brasil não pode perder mais tempo. É preciso investir na rastreabilidade, pois, o mais importante, é estar preparado para enfrentar e resolver eventualidades. Quem faz a lição de casa ganha duas vezes: conquista a confiança do consumidor e abre as portas para o comércio mundial, que também tem sido criterioso quanto ao controle de origem. Tecnologias existem. O que precisamos é que elas sejam aplicadas".

Para a especialista em defesa do consumidor, Gisele Friso Gaspar, o recall de alimentos ao mesmo tempo é preocupante e benéfico. "É uma segurança ao consumidor. Muitos fatores podem causar a contaminação de produtos alimentícios, desde a produção até o transporte e armazenamento. Se o fornecedor não estiver extremamente atento às normas de segurança, ou mesmo deixar de cuidar do controle de qualidade na produção, o alimento poderá sofrer contaminação. Há casos, por exemplo, de alimentos contaminados por produtos químicos utilizados para a limpeza da linha de produção.

Outros casos de alimentos contaminados por bactérias, como e coli e salmonela. Contaminação por vidro, metal e plástico também podem ocorrer. Há ainda o caso de contaminação dolosa (sabotagem ou fraude) na linha de produção. Todos esses casos geram risco à saúde e à vida do consumidor, levando à necessidade de, após a descoberta do risco, haver o recolhimento dos produtos, e de se informar ao consumidor, de forma ostensiva, sobre os riscos envolvidos", explica a advogada.

Além disso, ela alerta para algo que está além do controle dos órgãos reguladores, mas não das empresas, as fraudes. "Há casos de produtos que reiteradamente sofrem contaminação, como no caso do leite - normalmente, contaminação dolosa, por conta de fraudes. Isso gera extrema preocupação ao consumidor, especialmente por serem produtos também consumidos (ou muitas vezes destinados) por crianças. Casos de contaminação por bactérias, por exemplo, podem levar à morte ou a lesões gravíssimas e irreversíveis. É importante salientar que a empresa sempre será responsável por quaisquer problemas ou danos gerados ao consumidor, independente de haver feito o recall ou o recolhimento do produto. Cabe ao consumidor, em caso de danos, buscar seus direitos, inclusive por meio de processo judicial. Para que o consumidor verifique se há recall de algum produto, basta que entre no site do Ministério da Justiça (http://portal.mj.gov.br/recall/pesquisaConsumidor.jsf) e pesquise a respeito do produto que deseja saber".

Conscientização das empresas e mudança de comportamento
No ano passado, a Anvisa foi oficialmente informada sobre a realização de dois recolhimentos voluntários por empresas do setor alimentício. Este ano, também já houve a realização de outros dois procedimentos.

Os números parecem modestos quando comparados aos procedimentos realizados nos Estados Unidos, por exemplo, que atingem dezenas de recalls num único mês. Ainda assim, tem-se observado um aumento na execução desses procedimentos no Brasil. A Anvisa considera esta prática extremamente benéfica, pois é um reflexo da melhoria e amadurecimento do próprio setor produtivo. Isso porque a retirada de produtos impróprios do mercado por iniciativa das próprias empresas significa maior responsabilização e comprometimento com a qualidade dos produtos ofertados. Falhas inevitavelmente ocorrem e o recall é uma ferramenta eficiente e rápida para minimizar os riscos à saúde dos consumidores.

O recall já está previsto no Código de Defesa do Consumidor desde 1990, mas em 2013 a Anvisa editou Consulta Pública para estabelecer procedimentos e fluxos mais claros para o recolhimento de alimentos.   Atualmente, a área técnica trabalha na compilação das contribuições e na redação da proposta final de Resolução. A previsão é de que até o final do ano, a norma seja publicada.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Quem ganhou e quem perdeu

Estimados leitores,boa noite!

Depois de todos os olhares da mídia hipócrita e mentirosa se voltarem ao Brasil de modo lindo e evidenciando todos os pontos  turísticos, a boa comida e a gentileza  do povo a farsa acabou. após a "derrota" sofrida no jogo contra a Alemanha agora todos se voltam de forma dura a realidade da qual nos convém.

O sonho acabou pra todos os brasileiros que sonhavam com o Hexa, acabou pra todos aqueles que acreditavam que existe verdade no futebol e acabou principalmente pra quem achou que iria lucrar muito. Embora ainda não tenha terminado a Copa serviu bem pra mostrar quem manda e desmanda.
E em meu ponto de vista apesar de sermos os donos da casa, não somos os donos da festa e muito menos a atração principal. Os gastos investidos jamais serão recuperados, e muito menos as vidas que se foram durante as construções dos estádios que simplesmente não contaram para os dirigentes em questão.

Agora a vida segue, um pouco mais triste para os fanáticos de plantão que gastaram o que não tinham pra comprar os ingressos e se endividaram. A vida segue dolorosa para os que amargam nos leitos hospitalares sabendo que podiam sim ao menos ter um atendimento médico decente no país da copa e no entanto não tem, por que uma das principais razões é a falta de dinheiro. A vida segue para aqueles que todos os dias tomam banho de caneca por que pagam sua conta de água mas a torneira está seca.

Enfim a lista vai  longe por isso termino por aqui e deixo claro que não estou triste por termos perdido a copa, nunca gostei de futebol respeito quem gosta. O que mais me deixa triste é ver como as pessoas se deixam levar, como uma nação inteira pode receber de braços abertos algo que apenas serviu pra trazer dor e lamento (Pra quem quiser recordar vide post sobre as desapropriações por conta da copa nas cidades sedes do mundial).

Obrigada beijos da Pri!
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Quem ganhou e quem perdeu
bola Navalhada do dia
Por:  Heródoto Barbeiro

Ganharam os cartolas que vão manter o domínio da CBF.
Ganhou a FIFA que vai levar os seus bilhões sem pagar um tostão de imposto.
Ganharam as empreiteiras que pegaram dinheiro público para construir os elefantes brancos.
Ganhou o Blatter que vai continuar no comando apesar das acusações de corrupção.
Ganharam os jogadores que vão voltar para os seus carrões e mansões na Europa.
Ganhou o técnico que foi  o segundo maior garoto propaganda da Copa.
Ganharam as empresas de cosméticos pintaram os cabelos dos jogadores de loiro.
Ganhou a fábrica de chuteiras que fabricou as douradas.
Ganharam as celebridades que saíram com ou sem roupa em todos os lugares possíveis.
Perdeu o povo brasileiro que acreditou no marketing e agora cai na real.



sábado, 10 de maio de 2014

Por que a medicina pode levar você à falência(Por:CRISTIANE SEGATTO)

O atendimento médico privado prolonga a vida como nunca. Isso pode significar a morte financeira das famílias abandonadas pelos planos de saúde. É possível curar esse mercado doente?

 Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA

Quanto vale o ar que chega aos pulmões a cada inspiração? Ninguém pensa nisso enquanto respira, naturalmente, 25 mil vezes ao dia. É uma pergunta irrelevante na saúde – e crucial na doença. Por 24 horas de oxigênio, os melhores hospitais privados de São Paulo chegam a cobrar R$ 3 mil. Essa é só uma das preocupações da oftalmologista S.L., de 31 anos. Ela pertence a uma família de médicos que, há dois anos, vive um drama, em silêncio, num dos mais respeitados centros de saúde do país – o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. 

S.L. não roubou. Não matou. Não feriu os bons costumes. Ainda assim, esconde o rosto. Para quem se orgulhava de manter as finanças em dia, a cobrança é constrangedora. S.L. deve cerca de R$ 5 milhões. Foi processada pelo Einstein por não pagar uma conta impagável. Sua contravenção foi acompanhar o pai e assinar o documento de internação quando ele decidiu se submeter a uma cirurgia que tinha tudo para dar certo. No início de 2012, a família vivia uma vida confortável em Assis, interior de São Paulo. Seu pai, o médico H.L., era dono de uma clínica de oftalmologia. Aos 60 anos, ele decidira se submeter a uma troca de válvula cardíaca quando um exame revelou que ela não funcionava bem. O procedimento foi planejado com calma. H.L. escolheu o mesmo cirurgião que o operara, com sucesso, alguns anos antes no Albert Einstein. O plano de saúde – a Unimed de Assis – não oferecia cobertura naquele hospital. Segundo o orçamento emitido, a operação custaria R$ 120 mil. A Unimed aceitou fazer um reembolso de R$ 60 mil. O paciente pagaria o restante em dez parcelas.

O orçamento compreendia oito diárias de hospital. Segundo a previsão médica, após esse período, H.L receberia alta. Ele entrou no centro cirúrgico e nunca mais saiu do Einstein. Foi vítima de uma complicação pouco frequente. A artéria aorta se rompeu. Com pouco oxigênio, seu cérebro sofreu uma lesão permanente. H.L. não fala e não se mexe. Olha e pisca. “Tenho a sensação de que, às vezes, o cérebro dele conecta e, logo depois, desconecta”, diz a filha. “Em alguns momentos ele parece entender o que digo. Em outros, não.” Sem poder contar com os rendimentos dele, a família fechou a clínica de Assis, demitiu os funcionários, vendeu carros e equipamentos médicos.

 A conta cresce a cada dia. Cobranças chegam quase todo mês. Boletos de R$ 180 mil, R$ 250 mil, R$ 300 mil brotam sob a porta do apartamento, como se fossem contas de água e luz. Quando a cobrança chega, S.L. abre o envelope, espia o valor e joga a carta na gaveta de boletos do hospital. Foi preciso esvaziar uma gaveta inteira do guarda-roupa para acomodar as cobranças. A aparente indiferença esconde uma dor moral. Para os honestos, a inadimplência pode ser devastadora. S.L. recorreu aos antidepressivos para tentar suportar a ausência do pai e a falência da família. Com o nome registrado no cadastro nacional dos maus pagadores, ela não pode abrir conta em banco, nem sonhar com um financiamento imobiliário. Quando o oficial de justiça bate à porta do prédio para entregar uma nova intimação, a fofoca circula entre os vizinhos. S.L. encolhe os ombros. “Sinto vergonha. Uma vergonha enorme de algo que não fiz.”
S. L. (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)
 

Nos tribunais, o destino das famílias falidas
A história de S.L. não é um caso isolado. Nos Tribunais de Justiça do país, centenas de famílias falidas em decorrência de tratamento médico são processadas pelos hospitais. Devem o que não têm, ou valores equivalentes ao patrimônio familiar construído ao longo da vida. São cobranças de R$ 600 mil, R$ 750 mil, R$ 1,5 milhão, R$ 5 milhões. As contas não são apenas impagáveis. São excessivamente detalhadas e incompreensíveis. É impossível avaliar a coe­rência dos valores cobrados. Qual o preço justo de um par de luvas cirúrgicas? E das agulhas hipodérmicas com dispositivo de segurança, na espessura Y, do fornecedor Z? Por que o soro fisiológico custa o dobro do preço cobrado na farmácia da esquina? Como as taxas de materiais e procedimentos são definidas? Como compará-las aos hospitais de mesmo porte?

Todo mundo sabe quanto custa um iPad, uma Ferrari ou um pacote de sabão em pó. Se não sabe, pode descobrir com um simples clique. Bem diferente do que acontece na saúde. Quando está em jogo aquilo que existe de mais precioso – a vida –, o consumidor não encontra instrumentos para exercer seu poder de decisão. Exauridas financeira e emocionalmente, as famílias que recebem contas astronômicas tentam comparar os valores cobrados por medicamentos de baixo custo e materiais básicos com os preços encontrados no varejo. Os hospitais argumentam que essa é uma comparação esdrúxula, porque os custos da assistência numa instituição de alto nível são superiores aos da farmácia da esquina. É um parâmetro imperfeito, sem dúvida. Ainda assim, no obscuro mercado da saúde, é o único disponível ao cliente.

 Nos últimos meses, ÉPOCA seguiu os passos de famílias arrasadas por um duplo infortúnio: uma doença grave e a falência financeira decorrente dela. Analisou as cobranças recebidas por pacientes particulares de hospitais de alto nível: Albert Einstein, Sírio-Libanês e Samaritano, todos na capital paulista. Comparou os valores de insumos e medicamentos básicos com os preços praticados em farmácias e sites de materiais cirúrgicos. Grandes diferenças apareceram. Em março de 2012, o Einstein cobrou da família de H.L R$ 150 por 100 unidades de luvas de procedimento não estéreis. Dois anos depois, ÉPOCA comprou o mesmo item por R$ 30,66 no site da Drogaria Onofre. Em julho de 2012, o Sírio-Libanês cobrou R$ 5,91 por um frasco de 500 mililitros de soro fisiológico 0,9%. Vinte meses depois, ÉPOCA comprou o mesmo produto por R$ 3,20. Em abril de 2011, uma cliente do Samaritano pagou R$ 12,92 por um frasco de 30 mililitros de Rinosoro. Três anos depois, ÉPOCA comprou o mesmo medicamento por R$ 6,88. Os exemplos estão distribuídos ao longo desta reportagem. Procurados por ÉPOCA, os hospitais preferiram não comentar as diferenças encontradas em cada item. A falta de critérios claros para definir preços, que confunde as famílias e esgota economias, afeta todo o sistema de saúde. A indefinição sobre o valor dos produtos e dos serviços contribui para o aumento dos custos. A sociedade gasta mais dinheiro sem, necessariamente, ganhar mais saúde. ÉPOCA pesquisou processos movidos contra pacientes e entrevistou dezenas de especialistas para tentar entender como essas distorções afetam o país. O resultado da investigação é nossa contribuição para o debate informado de um dos temas mais urgentes da sociedade brasileira.

domingo, 4 de maio de 2014

Micróbio de mãe

Por: Lucas Mendes



Consulta de rotina: quais alimentos estão hoje na lista dos envenenados e proibidos?

A carambola é uma surpresa para mim.

Quando era garoto subia no pé e comia carambola enquanto via a tia do amigo tomando banho. Fruta maravilhosa. Agora aparece como veneno para quem tem qualquer fragilidade renal. Nos Estados Unidos ela se chama star fruit e vem da China.

Há a lista básica de "venenos", proibidos para qualquer tipo de rim: pipoca de micro-ondas, margarina em cubos, tomate em lata, molho de salada engarrafado, todas as barras de energia e maçãs não orgânicas. Ameaças da cabeça aos pés.

Sobre alimentos, venenos, bactérias, arqueobactérias, fungos, micróbios, vírus, algumas novidades surpreendentes estão no livro do Dr. Martin Blaise, o "homem micróbio", diretor do Programa do Microbioma Humano da New York University.

Ele estuda um universo de trilhões de microorganismos que vivem dentro de nós e representam 90% das nossas células, quase dois quilos de bichinhos.

Missing Microbes, ou Micróbios Desaparecidos, é o título do livro que examina porque, nos últimos 70 anos, aumentaram doenças como asma, alergias, diabetes, obesidade, colites ulcerosas e a doença de Crohn. Os suspeitos são duas grandes conquistas do século 20: os antibióticos e as cesarianas.

Os efeitos negativos dos abusos de antibióticos já estão há um bom tempo na mira da ciência e da imprensa. MRSA (a sigla inglesa para Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina) é uma doença infecciosa provocada por uma bactéria resistente a qualquer antibiótico e mata 19 mil americanos por ano, mais do que Aids. Há uma nova tuberculose não menos resistente a antibióticos.

No laboratório, o Dr. Blaise alimentou ratos com comida gordurosa. Engordaram. Acrescentaram antibióticos e os ratos ficaram obesos. Ele concluiu que o antibiótico potencializa o efeito da gordura.
Os efeitos da cesariana são menos conhecidos. Blaise conta que o momento decisivo na vida do bebê é quando as membranas se rompem, a bolsa de água estoura e o bebê começa a sair numa viagem única, intensa, dramática.

Nela, o bebê é exposto às primeiras bactérias do mundo, as da mãe, que estão no canal de saída. Durante o trabalho de parto, os bebês se banham e engolem o "suco" de micróbios vaginais da mãe, um poderoso esterilizante.

O médico cita quatro estudos comparativos de bebês que nasceram de partos normais e através de cesarianas. Foram feitos em Boston, Londres, Canadá e Brasil. Bebês que nasceram em partos convencionais têm o microbioma das mães e são mais sadios. É impossível identificar os microbiomas dos cesarianos, mas eles são mais frágeis.

Maria Gloria Rodrigues e Robin Knight hoje pesquisam três tipos de bebês. Os de partos naturais, os cesarianos e os cesarianos que receberem uma colher do "suco" vaginal. Os resultados vão sair no próximo mês.

Dr. Blaise, homem avesso aos abusos dos antibióticos, vê futuro nos probióticos, centenas de produtos que vão reforçar nossos exércitos de bons micróbios, bactérias, fungos, etc..., mas desconfia dos que estão hoje nas prateleiras, porque não há nenhum tipo de controle. É só uma questão de tempo.

Um dia alguém produzirá "sucos" vaginais milagrosos, sob medida, com os micróbios das mamães.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Piada de Páscoa: o povo mais preguiçoso do mundo acusa brasileiro de ser vagabundo

Por: Nirlando Beirão


The Economist, a revista que se diz radical de centro mas que na verdade é porta-voz da direita financista, publica nesta edição ampla matéria acusando o brasileiro de ser preguiçoso.
“50 anos de letargia” é o título do texto (a imagem é de alguém deitado numa rede).

Diz que nossa economia só vai voltar a crescer quando o trabalhador brasileiro “sair da letargia”. Compara com o desempenho de chineses e indianos com base num índice de produtividade “estagnado desde os anos 60”.

Claro que o texto do Economist soa como música aos ouvidos daqueles adeptos do darwinismo social – que não são poucos, aliás – prontos para botar no povão a conta de todos os nossos males e nossos atrasos.

Uma cantilena que vem da escravatura: nossa elite operosa e culta sendo obrigada, coitadinha, a conviver com a indolencia, a malemolencia, a malandragem do populacho.

Essa ralé que só pensa em sexo, samba e futebol.
O que The Economist faz é reproduzir um tremendo estereótipo que, no entanto, encanta muitos dos próprios brasileiros e que tem obviamente como gancho oculto a Copa do Mundo. Sem paranoia: por causa da competição que se aproxima, está todo mundo de olho no Brasil e ninguém vai aliviar a nossa cara.

Vai ser um prato cheio para quem está louco, aqui ou lá fora, para requentar aquele nosso velho complexo de vira-lata. Se temos a sétima economia do mundo, e logo chegaremos a ser a sexta, deve ser por sortilégio divino – não pelo trabalho de nossa gente.

Chegaremos a sexta economia, logo, logo, eu disse – em cima sabe de quem? Do Reino Unido. Dor de cotovelo é mesmo péssima conselheira.

The Economist prima pela hipocrisia: nenhum povo no mundo trabalha menos do que os ingleses (recente paper da London School of Economics sugere uma carga horário seminal de 20 horas, para diminuir o desemprego). Eles são hoje 2,5 milhões de sem-trabalho. Adoram um feriado e um expediente camarada.
Foram os inventores da instituição do bridge – ou ponte, o feriadão prolongado.

Mais da metade da população se encosta em algum tipo de muleta oferecida pelo governo (previdencia social, seguro desemprego, etc). E nós é que somos vadios!
De mais a mais, o país do The Economist tem grande apreço por seus desocupados históricos: a realeza.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Por que a 'geração selfie' não consegue emprego nos EUA?

Meus estimados Leitores(a) mais uma vez quero agradecer a todos vocês que diariamente prestigiam este blog com vossa presença!
A nota a seguir trata-se de um problema antigo que conhecemos a muito tempo aqui em terras tupiniquins, e só para recordar não é de agora que venho mostrando a vocês o quanto está cada vez mais parecida  á nossa realidade , á atual situação dos Nortes Americanos.
Pri:-)
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Muitos nos Estados Unidos comemoraram as estatísticas, recém-divulgadas, indicando que o desemprego no país se manteve em 6,7%, mas o cenário ainda é preocupante para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego para pessoas entre 20 e 24 anos chegou a 12,2%, enquanto para aquelas com 16 a 24 anos bateu em 14,5%.

Má reputação

Quem faz parte desta geração costuma ter uma má reputação. Diz-se que eles são "incapazes de desenvolver seu potencial e viciados em redes sociais e nas autorretratos conhecidos como 'selfies'", escreve Seth J. Carr no jornal Chicago Tribune.
Mas apesar da mania por "selfies", há outras razões para estes jovens estarem sem emprego.

Estar desempregado não é uma escolha para muitos deles, segundo Tim Donovan, do site Salon. Nesse grupo, há muitos "jovens pobres, com pouca educação e quase sempre de minorias" que não conseguem arrumar emprego.

Rachel Lu, professora de Filosofia da Universidade Saint Thomas, escreve no The Federalist que os pais dos jovens desta geração - nascidos durante o boom demográfico do pós-guerra - aconselham seus filhos a ir atrás de seus sonhos e aproveitar as oportunidades de autossuperação em vez de "estabelecer raízes".

"O principal objetivo destes novos adultos de hoje em dia é aperfeiçoar-se", diz a pesquisadora. "Supõe-se que as responsabilidades em relação a outras pessoas farão parte de suas vidas só mais tarde."

Lu acredita que não é certo colocar toda a culpa nestes jovens. A economia
americana atual não está em marcha lenta por causa deles.

Em seu blog na American Interest, Walter Mead comenta que esses jovens adultos precisarão se ajustar. Eles "pensam que podem ficar sentados sem fazer nada até que o governo e a economia lhes ofereça um posto de trabalho".

"Não é como o mundo funciona hoje. Em meio ao redemoinho da nova economia da informação e de serviços, eles terão que criar seus próprios empregos se quiserem trabalhar", afirma Mead.

Empresa própria

É provável que isso seja algo positivo, já que grande parte desses jovens terá que enfrentar uma batalha ladeira acima para encontrar um emprego estável tradicional.

Um estudo realizado pela emprega de Recursos Humanos Adecco descobriu que as chances de esses jovens serem contratados por empresas são três vezes menores em comparação com trabalhadores mais experientes, considerados mais "responsáveis" e "profissionais".

Muitos jovens adultos estão optando por aventurar-se na criação de uma empresa própria, por exemplo criando programas de computador e celulares, porque acreditam que ter um trabalho com um propósito maior é melhor do que ter um emprego que não lhes traz satisfação.

Isso não é sinal de preguiça, escreve Zachary Karabell para a revista Atlantic, mas uma "evidência de que se trata de uma geração de universitários recém-formados que não aceita qualquer coisa, o que é bom para o nosso futuro".

Outras pessoas consideram pouco realista esse desejo dos jovens de ter seu próprio negócio ou esperar pelo emprego perfeito. A geração Y tem que aceitar um lugar de trabalho tradicional, escreve Jewelyn Cosgrove, do Policy Mic:
"Muitos destes jovens tem dependido de trabalhos freelancer para sobreviver durante a crise econômica. Essa geração, na qual me incluo, se esquece do valor das habilidades obtidas em um ambiente de trabalho tradicional."

Mesmo que Cosgrove pense que estes jovens estejam mal preparados para enfrentar a economia de hoje, ela não perdeu completamente a fé neles: "Temos sido pisoteados e caluniados pelos meios de comunicação, mas mantemos nossa esperança".


Fonte: BBC

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Os perigos da modernidade

Uso excessivo de dispositivos de tela plana pode provocar danos aos olhos


Pessoas que passam muito tempo "vidradas" em seus smartphones podem estar aumentando os riscos de danos aos olhos, advertem oftalmologistas britânicos.  O alerta inclui também o uso de outros dispositivos como computadores, tablets e TVs de tela plana, que podem provocar danos de longo prazo.

Oftalmologistas afirmam também que, apesar da "boa" luz azul (azul turquesa) ser necessária para ajudar a regular o relógio biológico, acredita-se também que uma longa exposição à luz azul violeta pode afetar os padrões de sono e o humor.

"Embora não tenhamos certeza se há uma ligação direta entre essa exposição e problemas oculares, há fortes evidências de laboratório que podem, potencialmente, provar isso", dizem os médicos "É a combinação de não piscar o suficiente e colocar o dispositivo a uma distância menor do que você normalmente colocaria outros objetos. Isso força a vista." Fica a dica.
 Centro Oftalmológico

domingo, 6 de abril de 2014

DEFICIT DE PROFESSORES NO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO

Enquanto os olhos dos nossos governantes estão atentos a tudo que está relacionado a Copa, as prioridades do país estão deixadas de lado. É uma lastima o quanto padecemos e assim permanecemos.
Pri
 DEFICIT DE PROFESSORES NO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO
            A escola pública brasileira necessita    de professores concursados bem remunerados.

Por: Nicolau  Marmo

O Tribunal de Contas da União (TCU), em auditoria especial, nos informa que o Ensino Médio do País necessita de 32,7 mil professores. O deficit está concentrado especialmente nas disciplinas da área de exatas, Matemática, Física e Química. 9 mil é o deficit de professores de Física.
Foram analisados todos os Estados da União com exceção de São Paulo e Roraima, que não aceitaram participar do levantamento de dados.
A auditoria constatou que 30% dos professores de Ensino Médio do País têm contratação precária o que certamente reduz o rendimento escolar.
Caro leitor, a coisa só tende a piorar. Quem quer ser professor de escola pública hoje em dia? Para conseguir o cargo de professor de Ensino Médio de uma escola pública, qual a trajetória que o estudante deve trilhar? Educação Infantil, Fundamental I, Fundamental II, Ensino Médio, eventualmente Cursinho, Faculdade e Concurso. Uma vez aprovado no Concurso, receberá um salário equivalente ao de uma diarista que presta serviços domésticos. Cá entre nós, até a diarista ganha mal neste País.
O governo dispõe de recursos suficientes para a Educação. Com a promessa de dobrá-los dentro de alguns anos. É preciso saber gerir esses recursos.
Para começar bem a gestão, deve valorizar o magistério. Não adianta elaborar planos de Educação sem contar com professores concursados bem remunerados.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Enfim paramos para discutir como são feitos os partos neste País

Meus queridos leitores, boa noite!
O caso em questão causou muita revolta no universo feminino, e obviamente abriu espaço para um tipo de debate que não ocorre com frequência pois o fato é visto como um mero detalhe.
Na hora de dar a luz quem deve decidir sobre como será o parto: A mãe? O médico? O histórico da paciente? Claro que existe casos e casos, mas o que vimos neste especificamente foi um abuso de poder, não entendo por que tantas mulheres que já perderam seus bebês esperando uma autorização de transferência  hospitalar fazendo com que o bebê passe da hora de nascer por exemplo, e não teve seu direito respeitado, não teve a preocupação do médico voltada para ela. Enfim é infindável o numero de casos em que podemos citar onde se ocorreu todo tipo de injustiça  e de repente me pegam uma coitada como bola da vez.
Espero que algo mude depois disso, pois a meu ver se a paciente teve toda a gestação tranquila e saudável, tem todas as condições de ter um parto normal por que não o fazem?
Como mulher e mãe também posso dizer que fui vitima de abuso pois me foi feito um parto cesariana sem necessidade. Meu filho estava pronto pra nascer normal visto que cheguei no hospital com nove dedos de dilatação ou seja faltava muito pouco. Como justificativa  me disseram que ele havia feito coco e que os obriga a agir desta forma, porém por que deixarão que uma situação que tinha tudo pra ser simples e rápida se torna-se o que foi? Uma cesariana sem meu consentimento.
Hoje estou grávida novamente e após seis anos já experiente não vou permitir que façam novamente.
Eu conheço meu corpo e sei que tenho as condições de trazer ao mundo um bebê saudável e pelas vias normais.
Pri
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texto de: Marco Antônio Araújo
De cara, levei um choque quando li a história da mãe que foi obrigada pela Justiça (e policiais) a fazer uma cesariana contra sua vontade. Aos poucos, minha indignação foi atenuada por diversos argumentos que vieram à tona com o debate sobre as responsabilidades e os limites que o Estado deve manter quando vidas estão em jogo.
Pessoalmente, sou daqueles que acha o corpo humano inviolável, tanto para torturadores quanto para médicos. Mas temos leis que consideram crimes tanto o suicídio quanto a eutanásia, isso sem falar no aborto. Lei é lei — e juízes e policiais não estão na sociedade para questioná-la (ao menos durante o horário de expediente).
Do meu ponto de vista intelectual está tudo resolvido. Só não sei se teria a mesma convicção se eu estivesse no lugar do juiz que recebeu o pedido do hospital, que alegava "risco iminente de morte" da mãe e da criança. Os laudos médicos eram aparentemente indiscutíveis, e o tempo era mínimo para se tomar uma decisão.
O que merece destaque nesse caso é algo incomum em nosso País: não houve omissão em nenhuma das etapas que envolveram as instâncias públicas. Para o bem ou para o mal, a médica não lavou as mãos, o hospital deu suporte jurídico, o juiz agiu de pronto, o promotor público estava presente, a polícia cumpriu seu papel. Tudo isso para cuidar de uma anônima e humilde cidadã de Torres, distante quase 200 km da capital Porto Alegre.
Convenhamos, isso não é pouco. Na verdade, é raro. Tudo se complicou porque o sistema de saúde brasileiro, inclusive o privado, tem como prática velada a violência obstétrica em diversos níveis de negligência e crueldade. Parto normal no Brasil é um luxo, quase uma anormalidade. Somos campeões mundiais em cesáreas — um procedimento invasivo, doloroso, potencialmente traumático e que deveria ser reservado para casos excepcionais.
Evidente também que houve excessos nos procedimentos que levaram ao parto forçado. Tudo indica que os profissionais do hospital se exaltaram a ponto de fazerem discursos inadequados contra a parturiente, acusada de estar sendo irresponsável, egoísta e ignorante. Por mais razão que os médicos tivessem, um parto é algo sagrado, a ser feito de forma serena, sem arroubos. Algum perverso sentimento de vitória (ou vingança) tomou conta da equipe médica. Um gesto de responsabilidade ganhou contornos de arrogância, algo bem típico de nossos “doutores”.
Outro aspecto altamente positivo é o debate que se impôs. Se foi um ato de violência ou de responsabilidade, se roubaram o direito ao parto normal ou garantiram a vida da mãe e do bebe, isso nem eu nem você temos condições objetivas de julgar com precisão. O fato a ser comemorado, graças à repercussão, é de que finalmente o País parou para discutir como nascem nossas crianças. Violência obstétrica: você ainda vai falar muito sobre isso.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Dois braços decepados, dois crimes, muitos culpados

Estimados leitores(a) antes de tratar do assunto ao qual me fez retornar  a este universo virtual, quero que saibam o quanto sou grata por prestigiarem este humilde espaço.

A manchete em questão nos é  apresentada pela imprensa como mais um caso trivial, porém muito me indignou esta em especial mostrando o que se segue em um repetitivo ritmo de tragédias neste país dominado por políticos corruptos, médicos assassinos e gananciosos, insensíveis a dor alheia.  Se eu fosse expor em palavras toda a minha revolta este post se estenderia demais,por isso finalizo aqui.
E deixo claro que concordo com o ponto de vista do autor ao que se refere ao fato de que Todos Nós somos participes destes acontecimento seja  de forma direta ou não. Quando nos calamos diante dos fatos, quando aceitamos tudo o que é imposto sem questionar assumimos a culpa do que vira depois.
Sendo assim fica a critério de todos os seus encargos de consciência aceitar a indiferença dos governos e autoridades que nos tratam somente como mais um dentre milhões!
Pri
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Texto de: André Forastieri

Manchete de ontem: mulher quebra o braço. Vai para hospital público. O braço gangrena - negligência. Ela morre. Manchete de hoje: mulher tem braço amputado. Foi empurrada da plataforma do metrô por um louco Sobreviveu, está na UTI. Nos dois casos parece crime. Nos dois casos a responsabilidade vai muito além.

Aldinez da Silva, 38, quebrou o braço caindo de moto, em Maceió. Em vez de cirurgia, teve o braço engessado, no Hospital Geral do Estado. O braço apodreceu. A dor era intensa. No hospital, só trocaram seu gesso.
Um médico se ofereceu para operar, mas só se lhe pagassem R$ 3 mil por fora. A família conseguiu arrecadar R$ 2 mil. Nada feito. A infecção tomou corpo de Aldinez. Essa foto registra como estava a mão dela. Como alguém pode ser negar a ajudar uma pessoa que está sofrendo tanto?
mao Dois braços decepados, dois crimes, muitos culpados
Maria da Conceição foi empurrada da plataforma. Por um louco, parece; cometeu o crime e saiu sorrindo. Do jeito que é o Metrô em São Paulo, o incrível é que não aconteça uma dessa a cada hora. Terça passada eu estava no metrô Barra Funda, cinco e meia da tarde. Plataforma lotada e lotando cada vez mais. Ninguém respeita a linha amarela de segurança.
Empurra empurra. Quase que cai nos trilhos um gordão espaçoso, que estava bem na pontinha. Todo dia é isso. Pela única foto disponível, Maria da Conceição é bem bonita. Completou 28 anos ontem. Trabalhava no dia que perdeu o braço. Que judiação.
Se tivesse seguro saúde, Aldinez estaria hoje em casa, curtindo os cinco filhos.
Se estivesse dirigindo, Maria da Conceição não teria perdido o braço, no dia que completou 28 anos.
É uma maneira de colocar as coisas. É a única maneira que o Brasil nos
oferece: correr atrás dinheiro, ao custo que seja, para tentar escapar da vala comum.
Há uma maneira melhor de viver. Começa reconhecendo que os dois casos têm os mesmos responsáveis: o poder público. O Brasil. No limite: nós.
Se o atendimento da saúde pública fosse digno, Aldinez estaria viva.
Se o transporte público fosse digno, Conceição estaria inteira.
Porque não é? Porque aceitamos que seja assim.
Criminosos e loucos e negligentes sempre existirão. Mas criamos um ambiente propício para a desgraça. Nenhuma surpresa que todo dia seja esse inferno.
Anos atrás, o senador Cristovam Buarque propôs que criássemos uma nova
lei: todo filho de político e funcionário público seria obrigado a estudar em escolas públicas.
É o único jeito de garantir que os poderosos vão destinar recursos para o ensino público, explicou. Claro que ele sabia que uma lei como essa jamais seria aprovada pelo próprio Congresso. Era marketing, provocação, ou os dois.
Pois é a única lei que precisa ser aprovada no Brasil. E não só pra educação. Para tudo. Só no dia que os gestores públicos tratarem seus acidentes no SUS, e forem para o trabalho de metrô e ônibus e trem, teremos o saúde e transporte que todos merecemos. Se é para ir para o pau nas praças, é uma causa bem melhor que tentar cancelar a Copa.
Enquanto não mudamos o Brasil, cabe assumirmos, a cada dia, a culpa por uma nova manchete, mais uma Aldinez, outra Conceição.
Pode ser crime do médico negligente, do louco que empurrou.
É responsabilidade de todos nós.