Texto de: Hildegard Angel
Ouvi do diretor de um dos melhores hospitais privados do país: "Dentro de um ano vamos enfrentar uma grande crise, que já está começando: a de falta de médicos na rede privada. Não há médicos. E para o Rio de Janeiro vai ser pior, porque é o salário mais baixo de médico no país, ao lado do Piauí"...
Este é o retrato do atraso provocado pela estagnação de nosso país, que demorou tanto tempo para retomar seu desenvolvimento. Era o Brasil dos agiotas, todo mundo com o dinheiro parado nos investimentos, botando pra render, especulando, relegando a produção e os empregos ao último plano e levando os jovens mais capazes a optarem em massa pelos cursos de economia, visando um lugar ao $ol no mercado financeiro...
Daí que, assim como hoje o Brasil (que agora se desenvolve e cresce) não tem engenheiros, já faltam também os médicos...
Não é só a falta de médicos que assombra a medicina no Rio de Janeiro. Também é preocupante a concentração de sua rede hospitalar privada em mãos de apenas dois donos - Amil e Rede D'Or. Incluindo-se aí os poucos, pouquíssimos hospitais ditos de excelência do Rio. E aqueles outros de qualidade, que correm por fora, como a Clínica São Vicente e a Casa de Saúde São José, têm que achar um jeito urgente de se ligarem a algum grupo forte, pois estão fadados a sucumbir a essa concorrência impossível de ser encarada...
Concorrência "predatória" no Rio e em São Paulo. Pois, pasmem vocês, os dois hospitais mais luxuosos, os dois hospitais de excelência de Sampa, os dois hospitais para onde os milionários vão voando em seus helicópteros e jatinhos, o Sírio Libanês e o Albert Einstein, são ambos sociedades beneficentes, isto é, não pagam impostos!...
Acreditem se quiser, pois eles legalmente são instituições de caridade! O Sírio Libanês, em sua razão social, é "Sociedade Beneficente de Senhoras". O Einstein é "Sociedade Beneficente Israelita Brasileira". Está no Google, confiram. Agora, eu pergunto: algum de vocês conhece quem tenha se tratado, se internado e se operado de graça num desses dois hospitais?...
De vez em quando, o Ministério Público reage contra esse non sense, apresenta a conta dos débitos deles com o Estado pelo não cumprimento dos fins alegados em sua razão social. São coisinhas assim nas casas dos R$ 700 milhões, R$ 800 milhões. Mas logo dá-se um jeito criativo de se perdoar essas dívidas...
Agora eu pergunto outra vez: dá para competir com eles? Não, não dá. O único jeito é aderir a eles. E eu já estou na fila aguardando a senha para aderir correndo. Há um grupo poderoso pretendendo repetir no Rio um hospital beneficente para ricos, e já foram até ao BNDES buscar dinheiro. Tomara que meu plano de saúde dê direito a ele!...
Tudo isso porque não existe serviço público. Se ele existisse, não se precisaria tanto do serviço privado. Está nos jornais: de 2002 até hoje, a Saúde pública no Brasil perdeu 2,3 bilhões roubados! É este o retrato calamitoso da saúde, levando as classes média e pobre a terem que dar pulinhos para pagar planos de saúde que não cumprem o que prometem...
Este é o retrato do atraso provocado pela estagnação de nosso país, que demorou tanto tempo para retomar seu desenvolvimento. Era o Brasil dos agiotas, todo mundo com o dinheiro parado nos investimentos, botando pra render, especulando, relegando a produção e os empregos ao último plano e levando os jovens mais capazes a optarem em massa pelos cursos de economia, visando um lugar ao $ol no mercado financeiro...
Daí que, assim como hoje o Brasil (que agora se desenvolve e cresce) não tem engenheiros, já faltam também os médicos...
Não é só a falta de médicos que assombra a medicina no Rio de Janeiro. Também é preocupante a concentração de sua rede hospitalar privada em mãos de apenas dois donos - Amil e Rede D'Or. Incluindo-se aí os poucos, pouquíssimos hospitais ditos de excelência do Rio. E aqueles outros de qualidade, que correm por fora, como a Clínica São Vicente e a Casa de Saúde São José, têm que achar um jeito urgente de se ligarem a algum grupo forte, pois estão fadados a sucumbir a essa concorrência impossível de ser encarada...
Concorrência "predatória" no Rio e em São Paulo. Pois, pasmem vocês, os dois hospitais mais luxuosos, os dois hospitais de excelência de Sampa, os dois hospitais para onde os milionários vão voando em seus helicópteros e jatinhos, o Sírio Libanês e o Albert Einstein, são ambos sociedades beneficentes, isto é, não pagam impostos!...
Acreditem se quiser, pois eles legalmente são instituições de caridade! O Sírio Libanês, em sua razão social, é "Sociedade Beneficente de Senhoras". O Einstein é "Sociedade Beneficente Israelita Brasileira". Está no Google, confiram. Agora, eu pergunto: algum de vocês conhece quem tenha se tratado, se internado e se operado de graça num desses dois hospitais?...
De vez em quando, o Ministério Público reage contra esse non sense, apresenta a conta dos débitos deles com o Estado pelo não cumprimento dos fins alegados em sua razão social. São coisinhas assim nas casas dos R$ 700 milhões, R$ 800 milhões. Mas logo dá-se um jeito criativo de se perdoar essas dívidas...
Agora eu pergunto outra vez: dá para competir com eles? Não, não dá. O único jeito é aderir a eles. E eu já estou na fila aguardando a senha para aderir correndo. Há um grupo poderoso pretendendo repetir no Rio um hospital beneficente para ricos, e já foram até ao BNDES buscar dinheiro. Tomara que meu plano de saúde dê direito a ele!...
Tudo isso porque não existe serviço público. Se ele existisse, não se precisaria tanto do serviço privado. Está nos jornais: de 2002 até hoje, a Saúde pública no Brasil perdeu 2,3 bilhões roubados! É este o retrato calamitoso da saúde, levando as classes média e pobre a terem que dar pulinhos para pagar planos de saúde que não cumprem o que prometem...
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Un post solidario, la salud pública es esencial en cualquier pais, no puede fallar.
ResponderExcluirfeliz fin de semana.
Ricardo:
ResponderExcluirO triste é saber que este item tão essencial em nossas vidas é tratado com tamanho descaso.