domingo, 5 de junho de 2011

Você acredita em seu médico?


Leia sobre  as opiniões de diferentes especialistas

Você está doente. Você vai ao médico. Ele chega a um diagnóstico e lhe prescreve uma terapia. Você chega a questionar esta receita médica? Você se informa sobre possíveis alternativas? Pondera por si próprio as vantagens e desvantagens das opções terapêuticas disponíveis? Não? Mas você deveria fazer isso. Um questionário junto a médicos revelou que muitos deles iriam escolher um tratamento totalmente diferente daquele receitado aos seus pacientes.

Doutor, o que o senhor faria se estivesse em meu lugar?

Imagine que fosse diagnostica em você uma doença ameaçadora, por exemplo, câncer no intestino. Você vai ao seu médico e lhe conversa com ele sobre as possíveis possibilidades terapêuticas. Como não é você, mas sim seu médico que tem atrás de si um estudo em medicina, você parte da suposição que ele deva saber qual é a melhor terapia. Você lhe pergunta: “Doutor, o que o senhor iria fazer se estivesse em meu lugar?” Naturalmente você espera uma resposta sincera. O problema, entretanto, é que provavelmente você não ouvirá a verdade.

Médicos não são (sempre) sinceros

Segundo um estudo que foi publicado na edição de abril de 2011 da revista Archives of Internal Medicine (Arch Intern Med. 2011;171(7):630-634), aquela opção que o médico considera para si como a melhor, freqüentemente não é aquela recomendada ao paciente como a melhor possibilidade.

Exemplo 1: Terapia contra câncer de intestino

Peter A. Ubel, M.D., e sua equipe de pesquisa da Duke University em Durham, Carolina do Norte, conduziram uma enquete junto a 500 médicos norte-americanos (àqueles médicos ainda chamados “médico da família” – NR). Colocou-se à disposição dos médicos duas possibilidades de terapia para pacientes diagnosticados com câncer de intestino e foi solicitado sua recomendação. Em ambas as escolhas trata-se de intervenção cirúrgica, que – segundo os conhecimentos da medicina acadêmica – poderiam curar o tumor maligno em 80% dos casos.

Todavia, a coisa tem – naturalmente – um “porém”. A operação nº 1 é reconhecida por uma alta taxa de mortalidade, entretanto, caso o paciente sobreviva, tem poucos efeitos colaterais. A operação nº 2 tem maior taxa de sucesso, mas traz consigo freqüentemente desagradáveis efeitos colaterais como, por exemplo, a necessidade de uma saída artificial do intestino, diarréia crônica, entupimento intestinal ou infecções.

Médicos evitam terapias com muitos efeitos colaterais – mas as recomendam a seus pacientes

Quase a metade dos médicos devolveu o questionário. 37,8% deles reconheceram que - no caso de um auto-diagnóstico de câncer de intestino – iriam escolher para si a operação nº 1, ou seja, aquela com alto índice de mortalidade, mas com baixa probabilidade de sérios efeitos colaterais. Aos seus pacientes, ao contrário, eles iriam recomendar como melhor terapia a operação nº 2 (baixa taxa de mortalidade, maior probabilidade de sérias complicações pós-operatórias).

Exemplo 2: Terapia contra a Gripe Aviária

Numa segunda enquete, foram perguntados 1.600 médicos sobre o tema “Gripe Aviária”. Os cientistas quiseram saber da metade dos médicos, como eles iriam se tratar caso fossem infectados durante uma próxima onda da Gripe Aviária. A outra metade dos médicos deveria se expressar sobre qual terapia eles iriam recomendar a seus pacientes que padecem desta gripe.

Alto risco de morte

Como opção havia apenas uma única possibilidade de terapia (infusão de imunoglobulina) e os médicos deveriam se posicionar a favor ou contra ela. A taxa de mortalidade dos pacientes que não teriam recebido a imunoglobulina, assim estava descrito no questionário, chegava a 10%. A probabilidade de internação em um hospital (com média de permanência de 1 semana) era de 30% para aqueles que não receberam a imunoglobulina.

Além disso, a terapia com imunoglobulina também pode levar à morte – mas apenas em 1% dos pacientes. Paralisação neurológica permanente – como efeito colateral da terapia com imunoglobulina – é esperado todavia em 4% dos pacientes.

Médicos evitam efeitos colaterais, mas não a seus pacientes

698 dentre 1.600 médicos participaram do questionário. 62,9% deles admitiram que iriam rejeitar o tratamento com imunoglobulina para si próprio, pois o risco de sérios efeitos colaterais é muito grande. Entretanto, quando os médicos devem decidir para seus pacientes, então a maioria dos médicos recomenda o tratamento com imunoglobulina.

Quando médicos receitam, então a forma de pensar se altera

Pacientes, que se encontram em situação difícil, consultam a opinião de seus médicos, esclarecem os autores. Todavia, é pouco conhecido como é influenciada a decisão do médico por se tratar de uma terapia que não se aplica a ele próprio, mas “apenas” atinge o paciente.

O grupo alvo de pessoas da terapia fornece o norte para o tipo de recomendação médica. Quando se trata do próprio médico ou uma pessoa da família que ele que bem, então a recomendação é freqüentemente muito diferente do que no caso de um paciente. Dr. Ubel conclui disto, que apenas o fato de prescrever parece alterar a forma de pensar do médico (em relação à escolha da terapia médica).

Receio de conseqüências jurídicas

Outra explicação lógica poderia ser que os médicos receiam as conseqüências jurídicas. Por exemplo, se eles recomendam um tratamento que apresenta uma alta taxa de mortalidade e o paciente morre, então os membros da família podem processá-lo.

Decida por si próprio!

Seja qual for a explicação ao final deste estudo, uma coisa ficou clara: as prescrições terapêuticas de um médico não está livre de dúvidas. Não confie, portanto, no parecer de um único médico. Ouça as opiniões de diferentes especialistas e procure se informar detalhadamente sobre as diferentes possíveis terapias. Ouse você mesmo determinar qual a terapia seja melhor para si e decida-se então para um caminho, quando você tiver a sensação de que todas suas perguntas pertinentes foram respondidas satisfatoriamente, e você encontrou um terapeuta, com o qual se sinta bem e compreendido.

Médicos e trabalhadores manuais

É análogo aos trabalhadores manuais. Imagine que você tem um pintor em casa. Quanto mais você sabe sobre a qualidade das tintas, impregnação, métodos de execução etc, mais você estará em condição de contratar um pintor competente ou reconhecer a tempo, se o “especialista” contratado está fazendo alguma gambiarra. Na escolha médica não é diferente. Quanto mais você souber sobre o assunto, mais fácil será ter uma avaliação correta sobre o terapeuta e mais eficaz será sua procura por um médico que poderá lhe consultar dentro de suas expectativas.
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Fonte: Inacreditavel.com                 Postado por:ByPrila

Um comentário:

  1. Olha, dependendo do caso, eu pesquiso mesmo,... vou à internet, vejo pacientes com os mesmos diagnósticos, e busco outras opiniões. Assim foi com a carolina sobre as convulsões febris dela...
    É preciso também poderar os riscos da doença e os riscos do tratamento,... e ponderar... vendo as alterativas. Concordo muito com esse post! Ótimo, Pri! Bjão

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