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quinta-feira, 30 de julho de 2015
Falta Alimento no país, por que boa parte vai para o lixo.
A postagem a seguir nada mais é do que um lembrete ao que muitos fazem no seu dia a dia e não se dão conta: Desperdiçam alimentos .
Não sei se vocês sabem mas no Brasil 7,2 milhões de pessoas passam fome de acordo com os últimos dados, então o que você meu caro leitor (a) tem feito para não tornar este numero ainda maior? Uma dica seria antes de ir a feira dar uma olhada em sua geladeira, ou em sua fruteira para não comprar alimentos que não vai utilizar evitando assim que se estrague e vá para o lixo.
É claro que existe muitas outras formas de se evitar o desperdiço de alimento, cabe a cada um escolher o método que melhor se adequa a sua família.
Além de economizar seu suado dinheiro,nestes tempos de crises financeiras em que tudo está um absurdo de caro você vai evitar desperdício.
Pri
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PorAna Luísa Fernandes, Priscila Bellini
Deveria ser ilegal desperdiçar comida?
Ao
que parece, sim. Nós produzimos mais alimentos do que o necessário, mas
ainda temos milhões de brasileiros que não têm o que colocar no prato.
Essa conta não bate justamente porque muitos produtos - ainda em boa
qualidade - vão parar no lixo. Para acabar com o desperdício, a França
acabou de aprovar uma lei que obriga os mercados a doar os alimentos não
vendidos.
Na terra do Napoleão, uma só pessoa joga fora até 30 kg de alimento
por ano. A situação ficou tão feia que o jeito foi mesmo apelar para
multas e fazer pesar no bolso dos mercados. Na prática, ficou proibido
encaminhar para a lata de lixo o que não for vendido, mas que ainda está
em boas condições para consumo. Para isso, as saídas possíveis são
instituições de caridade, a compostagem agrícola ou até o uso dos
produtos para preparar ração animal.
Os brasileiros não ficam para trás em matéria de desperdício - por aqui, cerca de 26 milhões de toneladas são desperdiçadas todos os anos. É um dado alarmante, considerando que mais de 7 milhões
de pessoas ainda passam fome no país. O desperdício está presente em
todas as etapas da trajetória dos alimentos: desde a colheita até o
prato do consumidor. O Chefe do Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), Celso Moretti, destacou os problemas que os produtos
alimentícios sofrem no transporte. A falta de refrigeração dos
alimentos, a colheita feita de modo errado e recipientes inadequados
para transporte contribuem para que alimentos em perfeito estado sejam
descartados. "Realizamos uma pesquisa que acompanhou o transporte de
melões do Rio Grande do Norte até São Paulo. A temperatura no topo da
carga chegou a 48ºC", diz.
No Brasil, a ONG Banco de Alimentos
tenta reverter o enorme desperdício: ela é uma das grandes responsáveis
por atuar na distribução da comida que seria jogada fora. "Atualmente
complementamos a alimentação de mais de 21 mil pessoas por dia doando,
em média, 30 mil quilos de alimentos por mês só em São Paulo", detalha a
nutricionista Marcela Correa, que trabalha no projeto. "Esses alimentos
são adquiridos por meio da colheita urbana, na qual os doadores
cadastrados em nosso programa cedem as sobras de comercialização que
serão redistribuídas pela ONG nas instituições cadastradas no projeto".
E há, ainda, outros motivos para o desperdício. Existe um preconceito
muito grande (e infundado) contra alimentos considerados "feios". Por
falta de informação, esses alimentos são descartados mesmo estando em
perfeitas condições de utilização. Sobre esse problema, Marcela comenta
que, para plantar, colher e transportar os produtos, são gastos inúmeros
recursos como água, petróleo e terra, aumentando a rede de desperdício.
Em 2014, alguns supermercados da França lançaram uma campanha para
incentivar o consumo de frutas e legumes "feios". O incentivo era um
desconto de até 30% nos alimentos. A iniciativa foi um sucesso. Existe
também em Portugal a cooperativa Fruta Feia,
que trabalha diretamente com o produtor, recolhendo os produtos que
seriam descartados e preparando cestas que são vendidas aos associados.
Todo o lucro arrecadado é revertido para o próprio projeto. Com o slogan
"Gente bonita come Fruta Feia", a cooperativa evita semanalmente o
desperdício de 2 toneladas de alimentos hortifruti.
Imagem da campanha de
supermercados franceses que incentiva o consumo de alimentos feios. A
maçã feia. É como uma bonita, só que mais barata. Com frutas e legumes
feios, Intermaché luta contra o desperdício alimentar.
Outro método que evita o desperdício de comida é o aproveitamento
integral de alimentos (ou AIA). Ou seja: cascas, sementes, talos, folhas
e qualquer outra parte do alimento pode ser usada. Além de evitar o
desperdício, essas partes não convencionais são mais ricas em nutrientes
e podem render receitas gostosas (dá até pra fazer um beijinho com bagaço de beterraba). O que existe é um preconceito rodeando essa prática, já que ela é comumente associada a pessoas de renda mais baixa.
Aproveitamento completo
Mas as iniciativas para barrar o desperdício não pipocaram só no
Velho Continente. No Brasil, um dos exemplos vem da lei Bom Samaritano,
que altera a responsabilidade dos empresários sobre frutas, verduras e
alimentos perecíveis em geral levados a instituições de caridade.
Atualmente, se alguém passar mal depois de comer produtos doados, o
doador pode ser responsabilizado juridicamente. Pelos novos padrões, se o
doador não tiver noção sobre problemas com o alimento e quem recebê-lo
não identificar nenhum estrago, fica tudo bem. Ou seja, se a pessoa que
adquiriu o produto passar mal e isso não tiver nada a ver com o que o
doador ofereceu, a lei não pode puni-lo por isso. A medida motivaria
mais companhias a aderir aos esquemas de doações e a combater também a
fome, que atinge milhões de brasileiros - ainda que nossa produção
supere em 30% o necessário para abastecer todos os habitantes do país.
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